Em memória dos nossos antepassados que, para mim, são motivo de orgulho, vou relatar uma história verídica que me levou a pensar que seria daí que os habitantes das Duas Igrejas têm a alcunha de Lobos.
Há muitos, muitos anos, houve uma conquista de terras baldias entre o povo de Lamas e de Duas Igrejas. Essa conquista era realizada por grupos de homens, que marcavam o seu território com pedras grandes quadradas denominadas de marcos. O limite das terras das Duas Igrejas era na zona do Vale dos Estojos.
Certo dia, um habitante da nossa aldeia ia realizar as suas tarefas agrícolas para o campo perto da Vinha da Pereira e deparou-se com um grupo de homens de Lamas armados a colocarem aqui os marcos. Estavam, injustamente, a alargar o seu domínio terrestre. Ao ver tal situação o homem veio, de imediato, avisar o Regedor. Este, insatisfeito com o que se estava a suceder reuniu-se com o seu guarda – costas, com mais dois ou três homens e pensaram numa estratégia para impedir que os marcos ficassem na Vinha da Pereira e voltassem para o Vale dos Estojos. A solução para o problema tinha que ser muito bem ponderada, dado que, os de Lamas tinham armas e estes apenas tinham corpos robustos e braços cheios de força.
Numa noite escura lá foram estes homens, cada um levava dois ferros grandes (daqueles que se usam para arrastar as pedras) um em cada mão e na boca vários cigarros acesos. O objectivo disto era, nas trevas da noite, convencer o adversário de que se avizinhava um grande número de homens fortes e destemidos. O ruído dos ferros a arrastar pelas pedras do caminho, no silêncio da noite, e os diversos cigarros acesos nas bocas daqueles corajosos, conseguiram persuadir o inimigo de que se aproximava um batalhão. Do outro lado, os indivíduos que guardavam os marcos ao escutarem tamanho barulho e ao verem tantas luzinhas minúsculas acesas no escuro fugiram com medo, deixando assim o território livre. Os nossos conterrâneos conseguiram deslocar os marcos até ao Vale dos Estojos, sem haver mortes nem feridos. No dia seguinte, veio o Tabelião fazer o registo das terras de acordo com os marcos. Os nossos antepassados venceram esta batalha!
Em suma, estas pessoas foram muito inteligentes, corajosas, perspicazes e determinadas na luta pela terra. Talvez por esta razão que os habitantes das duas Igrejas são chamados de lobos, uma vez que este animal é também muito inteligente, corajoso, tem os sentidos muito apurados e conhece bem o território.
Há muitos, muitos anos, houve uma conquista de terras baldias entre o povo de Lamas e de Duas Igrejas. Essa conquista era realizada por grupos de homens, que marcavam o seu território com pedras grandes quadradas denominadas de marcos. O limite das terras das Duas Igrejas era na zona do Vale dos Estojos.
Certo dia, um habitante da nossa aldeia ia realizar as suas tarefas agrícolas para o campo perto da Vinha da Pereira e deparou-se com um grupo de homens de Lamas armados a colocarem aqui os marcos. Estavam, injustamente, a alargar o seu domínio terrestre. Ao ver tal situação o homem veio, de imediato, avisar o Regedor. Este, insatisfeito com o que se estava a suceder reuniu-se com o seu guarda – costas, com mais dois ou três homens e pensaram numa estratégia para impedir que os marcos ficassem na Vinha da Pereira e voltassem para o Vale dos Estojos. A solução para o problema tinha que ser muito bem ponderada, dado que, os de Lamas tinham armas e estes apenas tinham corpos robustos e braços cheios de força.
Numa noite escura lá foram estes homens, cada um levava dois ferros grandes (daqueles que se usam para arrastar as pedras) um em cada mão e na boca vários cigarros acesos. O objectivo disto era, nas trevas da noite, convencer o adversário de que se avizinhava um grande número de homens fortes e destemidos. O ruído dos ferros a arrastar pelas pedras do caminho, no silêncio da noite, e os diversos cigarros acesos nas bocas daqueles corajosos, conseguiram persuadir o inimigo de que se aproximava um batalhão. Do outro lado, os indivíduos que guardavam os marcos ao escutarem tamanho barulho e ao verem tantas luzinhas minúsculas acesas no escuro fugiram com medo, deixando assim o território livre. Os nossos conterrâneos conseguiram deslocar os marcos até ao Vale dos Estojos, sem haver mortes nem feridos. No dia seguinte, veio o Tabelião fazer o registo das terras de acordo com os marcos. Os nossos antepassados venceram esta batalha!
Em suma, estas pessoas foram muito inteligentes, corajosas, perspicazes e determinadas na luta pela terra. Talvez por esta razão que os habitantes das duas Igrejas são chamados de lobos, uma vez que este animal é também muito inteligente, corajoso, tem os sentidos muito apurados e conhece bem o território.
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