terça-feira

Duas Igrejas – Todos os dias do ano uma beleza sem fim


Duas Igrejas e arredores são dignos de serem visitados em todas as estações do ano, por todos aqueles que conhecem e por quem não conhece.



No Inverno, apesar do frio que se faz sentir, este sítio é fantástico. Fazer uma caminhada, devidamente, agasalhados e experimentar o frio que abala o físico é revitalizante para o corpo. Até o vapor que sai das bocas quando falamos, é gracioso por que parecemos umas chaminés ambulantes!
Os cavacos de pinheiro na lareira invadidos pela chama, a estalarem, são como foguetes a animar a festa, dando as boas – vindas àqueles que procuram este meio para se aquecerem.
Apesar das árvores estarem despidas não deixam de ter a sua beldade. Por vezes, a chuva que cai transforma-se em gelo parecendo verdadeiros cristais pendurados nos ramos desfolhados.

O Ribeiro cheio segue o seu percurso até à levada fazendo entoar o movimento das águas límpidas e cristalinas.

Na Primavera há a metamorfose da vida. As árvores nuas do Inverno renovam e enchem-se de belas flores e folhas. Nelas pairam os pássaros à procura de melhor sítio para construir o seu ninho e as abelhas para se alimentarem do pólen para, depois, se subtrair o mais puro mel benéfico para a saúde de quem o saboreia.
A nossa serra fica repleta de cores maravilhosas, desde a carqueja às giestas floridas é uma beleza sem fim. Esta bênção paisagística deslumbram os olhos de quem vê, purifica os pulmões de quem inala tamanho perfume e rejuvenesce a alma de quem assiste! Um bom motivo para olhar para o Alto e agradecer tudo o que a Natureza dá ao homem sem preço e este, por vezes, maltrata-a de uma forma cruel.
Para quem gosta de caminhadas matinais deixo uma sugestão de subir ao monte da Santa Bárbara e assistir ao nascer do Sol que rompe o dia, iluminando assim o vale da Ribeira com os seis raios acolhedores…Uma perfeição sobrenatural! Verdadeira prova de amor! 
 

No Verão temos um evento importantíssimo que é a festa de Nossa Senhora dos Altares que se realiza no dia 15 de Agosto. É tempo de férias e tempo de não se descuidar daquelas sementes que foram lançadas à terra que estão quase prontas a serem arrancadas do solo. As ruas enchem-se de gente que estão fora o ano inteiro.
Um passeio pela serra ou pelas matas de manhã antes de o Sol castigar ou à tardinha quando o Sol teima em se esconder é sempre agradável. Respirar este ar puro sem poluição revigora o aparelho respiratório. Experimentar pisar a terra molhada do orvalho serve como uma boa terapia e o aroma que daí advém é um perfume inigualável. O chilrear dos passarinhos pela manhã são uma verdadeira orquestra sinfónica que não cansa os ouvidos dos ouvintes.
No Outono esvoaçam as folhas amareladas e acastanhadas que caem das árvores, servindo de tapete para quem caminha sobre elas. As videiras seguram os cachos morangueiros e as uvas brancas prontos a serem vindimados ou saciados por bocas apreciadoras deste fruto. Dos castanheiros caem os ouriços semi-abertos para serem britados e para se extraírem as castanhas, a fim de serem degustadas de várias formas.
Um passeio pelas nossas ruas, ruelas e pelas eiras é sempre encantador. Ao observarmos tudo ao nosso redor aquelas misturas de cores outonais parecem verdadeiras telas pintadas por mãos habilidosas.
Em todas as estações do ano a Natureza é sempre radiante, composta de cores tristes e alegres que enchem de prazer a todos que por aqui passam.

 
 Sónia Ferreira

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