terça-feira

Quantas saudades

Quantas saudades, hoje só resta nostalgia, destas notas miticas, que tantas alegrias nos deram ao coração, à mente e nos fizeram sentir uns reis.
Bastava uma pequena nota de vinte, comprava uma gasosa, um pirolito, uma cerveja, três pacotes de amendoim, uma tarde de domingo bem passada.
Lembro perfeitamente o café do Sr Adelino Conde em Lamas,( hoje transformada em loja de electrodomésticos), uma tarde de domingo, cinema de primeira qualidade, provavelmente, poucos cafés ou mesmo nenhuns, teriam televisão, nós ali, sentia-mo-nos réis por um dia, uma tarde de cinema com os Pequenos Vagabundos, ou Lancelote, ou o Bonança, quantas saudades.
Uma simples nota de 20, dava para passar uma bela tarde, sobrava ainda para a semana seguinte mais de metade, acreditem que é verdade,(isto para os mais novos).
Hoje olhando para isto, sentimos pena deste maldito escudo, 2 notas de cem davam para compra um porco e hoje?...Um euro.....
Olhando para a TV, num anúncio a um supermercado, que passa na televisão portuguesa, as saudades do "escudo" são intensas, tal como as saudades dos baixos preços. Uma coisa e outra estão associadas, e o seu oposto também. Para muitos portugueses, é evidente que o euro trouxe uma subida grande dos preços.
Nunca, nos últimos 50 anos, crescemos tão pouco e tão mal. Portanto, o que pensar? Como não ter nostalgia do escudo, tal e qual o anúncio? Aliás, não somos os únicos. Os franceses dizem ter saudades do franco, e até os alemães consideram o euro um erro.
Dez anos depois do início desta aventura monetária colectiva, era tempo de parar para pensar em como se pode melhorar o sistema.
 O drama do euro é esse: penaliza os bons e os maus da mesma forma.
Não admira que, Europa fora, cresçam as nostalgias do passado.
Nós por cá, vamos cantando e rindo, somos um povo de brandos costumes, vamos vendo televisão, passeando pelos jardins, e falando de futebol e novelas, mas, não esquecemos a nossa identidade, fomos um povo que outrora, batemos o pé a Castela, expulsamos os Mouros, emigramos, transpirámos de felicidade, e agora, somos um povo sem sorriso...
Melhores dias virão....

 

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