quinta-feira

Quando a memória começa a branquear

Como há pouco tempo passei por uma situação familiar inserida neste contexto, vale a pena reflectir um pouco sobre o tema.
No nosso cérebro guardamos uma imensa quantidade de lembranças acumuladas com as experiências ao longo da vida. São lembranças que nos circunscrevem em várias vivências umas caricatas outras muito sérias.  
Pequenos lapsos de memória acontecem com todos. O esquecimento, a desorientação, o isolamento, é o mais natural acontecer, quando esses pequenos lapsos na nossa cabeça branqueiam. O diagnóstico é quase sempre justificado pelo envelhecimento, a doença dos velhinhos, como era muito conhecida.
Esquecer onde foram guardadas as chaves de casa ou do carro, o nome de um conhecido que não se vê há algum tempo, deixar a porta de casa aberta, o que íamos fazer a casa do vizinho, quando vamos à mercearia e esquecemos o que íamos comprar, desorientação no caminho para casa, são situações corriqueiras, dizemos que estamos «caducos» e a ficar velhos. Entretanto, falhas como essas não são causadas apenas pelo avanço da idade. Os jovens também costumam sofrer da mesma branqueadura, «deu me uma branca» dizem eles.
É comum ao atingirmos a terceira idade que alguns aspectos da memória sejam afectados pelo cansaço dos tecidos cerebrais. Porém, se o idoso mantiver uma vida activa e saudável, poderá minimizar esses problemas. O nosso cérebro é como um computador, se a nossa memória estiver saturada, perdemos a capacidade de registar e organizar informações. Por isso, que a ansiedade, o stress a que somos submetidos no dia-a-dia e o excesso de preocupações são os piores glutões da nossa memória. As flutuações de memória são normais em qualquer momento da nossa vida, porque o esquecimento funciona como um mecanismo de defesa do cérebro, que alerta a diminuir as nossas capacidades e actividades.
A memória é a função cerebral responsável por ligar e armazenar experiências, sensações, ideias, imagens e palavras. Está relacionada directamente às nossas habilidades intelectuais e mecânicas, o que possibilita a nossa capacidade de aprendizagem.
Assim a melhor maneira de preservar a memória é manter o corpo e a mente sempre activos, sempre que possível, fugir da rotina. Ler muito, livros, jornais, revistas, fazer as palavras cruzadas, são estímulos importantes na manutenção de uma memória saudável para um bom funcionamento.
A nossa capacidade de memorizar as coisas tem uma grande ligação com a nossa qualidade de vida. Com certeza se fizermos uma boa alimentação, bastante exercício físico e mental, não fumar e não beber muito, teremos uma melhor memória.

In gazeta de Satão 
Vasco Rodrigues

Sem comentários: