quinta-feira

Onde é que vamos parar?!

Em Portugal existem determinados conceitos impregnados na sociedade, um tanto ao quanto caricatos:
v    Para arranjares um bom emprego e não um trabalho, com ordenado significativo ao fim do mês, utiliza o factor cunha e mostra os teus atributos físicos.
v    Para progredires na carreira utiliza a ideologia “engraxar” os chefes e superiores hierárquicos e, ainda, arranja umas intrigas e umas mentirinhas sobre os teus colegas. O profissionalismo fica em segundo plano…
v    Para transitares de ano na escola maltrata a professora, uma vez que, ela tem pouca autoridade e não te pode tocar nem num fio de cabelo. Faz ainda as queixinhas aos pais que, de imediato, dirigem-se ao estabelecimento de ensino e ameaçam a docente. Esta, para evitar conflitos e ofensas verbais passa-te de ano. Ficas um eterno analfabeto e sem valores morais.
v    Queres fugir aos impostos? Trabalha “ao negro”, assim não tens qualquer vínculo às finanças e segurança social e ainda ficas a beneficiar no abono de família.
v    Trabalhas honestamente e tens os impostos em dia? Não te esforces em demasia, pois o Governo pensa que estás a enriquecer e, antes que isso aconteça, surge mais uma taxa ou imposto para pagares e, consequentemente, aumentam as receitas nos cofres do Estado, mas nem assim conseguimos sair da maldita crise!
v    Queres ter uma qualidade de vida, sem stress, sem cansaço e com dinheiro ao fim do mês? Faz-te de coitadinho e de miserável e candidata-te ao rendimento social de inserção.
v    Queres ser amigo do Sócrates? Pensa duas vezes e tem cuidado com as escutas telefónicas.
v    Queres ser político? Segue o provérbio “faz o que eu digo e não faças o que eu faço”.
v    Queres comer fiado ou fazer umas obras em casa, sem dinheiro? Experimenta, só serás mais um a fazer parte dos sem vergonha e dos caloteiros, isto virou moda e a sua tendência está em alta.
v    Queres subir rápido na vida e ficar milionário? Mete-te em negócios ilícitos, caso sejas apanhado pela polícia, voltarás rapidamente à liberdade porque estamos numa era onde o dinheiro compra tudo.
O tempo do bom senso já lá vai…Se o nosso Salazar fosse vivo e visse tanta barbaridade que se passa neste Portugal pedia para ser enterrado de novo, visto que, “aquilo que não é visto não é lembrado”!

Sónia Ferreira

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