Autarca de S. Pedro de France junta-se aos críticos da requalificação da EN229
A forma como estão a ser levados a cabo os trabalhos de requalificação da Estrada Nacional n.º 229 (EN229) parecem ser apenas do agrado da Estradas de Portugal (EP), que é responsável pela obra, havendo agora mais um autarca que se junta ao grupo de presidentes de câmara e de junta que não concordam com algumas das decisões tomadas pelos responsáveis da empresa estatal.
O presidente da Junta de S. Pedro de France, Fernando Machado, está indignado com o facto de a EP não respondido a uma carta enviada pela Junta em que os responsáveis dão conta das suas preocupações em relação ao cruzamento para S. Pedro de France.
Em declarações ao Diário de Viseu, o autarca explica que é novo "nestas andanças" - iniciou o seu primeiro mandato o ano passado depois de ter vencido as eleições em Outubro - mas, na sua opinião, "a obra não tem cabimento". "A Junta até comprou uma casa a um particular com o intuito de permitir o alargamento do cruzamento e já se vê que vai ficar tudo na mesma, com a agravamento que estão a estreitar as vias para construir passeios", explicou.
Fernando Machado adiantou ainda que, do seu ponto de vista, o cruzamento é "extremamente perigoso". "Bem, de facto, esta freguesia precisa urgentemente de alargar o cemitério paroquial, mas que não seja para as bermas desta estrada nacional", ironizou, lembrando que muitos dos acidentes mais graves registados na região têm ocorrido naquela via. "Até eu já vi a morte diante dos meus olhos, quando um condutor se despistou e seguiu na minha direcção. Nem sei como sai dali vivo", recordou o autarca, acrescentando que com o novo piso haverá tendência por parte dos condutores para abusar da velocidade. Quanto à paragem de autocarro que está a ser construída no local, lamenta que não seja aproveitada a oportunidade para criar uma zona de abrandamento, como existe, por exemplo, na EN2, junto ao cruzamento para o aeródromo municipal de Viseu, criticando que não exista uma paragem no sentido Sátão-Viseu. "Tenho vergonha de, no limite da minha freguesia, contar com um projecto desta natureza, num espaço que até parecia reunir condições para um acesso mais seguro e com mais fluidez de trânsito", sublinhou.
Ponto negro
"Faixas de rodagem mais apertadas, maior possibilidade de invasão da faixa contrária, e assim sendo, mais conflito com o trânsito em sentido contrário. Não foi sempre essa a razão dos graves acidentes nesta estrada? Despistes com consequências dramáticas, atropelamentos, tudo isto tem contribuído para que a 'recta da Barraca' seja considerado um dos pontos negros de todo um traçado de uma estrada nacional, que, nem de perto nem de longe, vai servir as exigências dos muitos automobilistas que diariamente utilizam esta via de comunicação", finalizou.
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