sábado

Nossa Senhora dos Altares 2008

Este ano a festa foi mesmo de arromba, Os nossos emigrantes trazem a saudade no seu coração. Saudade da sua terra, saudade das suas gentes, saudade das suas festas. Percorrem milhares de km para voltarem à terra que os viu nascer, o abraçar aos seus pais velhinhos, percorrer as ruas da sua infância, o reencontro com a sua casa da aldeia. Ver correr a água cristalina da fonte no tanque das lavadeiras da aldeia. Ver a casa dos seus sonhos, erguer-se pintadinha de branco, um belo jardim, contrastando com as construções antigas de pedra sobre pedra, com uma lareira a um canto onde ali, no pote, se coziam as batatas, as cenouras, os nabos e como sabia tão bem aquele cheirinho. A carne no fumeiro, os chouriços, os presuntos pendurados na trave da velha casa. Já não há cheiros como os da nossa infância, a terra molhada, da terra lavrada. O carrão a fazer inveja junto da vizinhança e amigos de infância, sabem os deuses, quantos sacrifícios, quantas horas de trabalho, mas ali está ele para justificar o abandono da terra que o viu nascer, o dinheiro curto e sonhos não concretizados. Ontem deram o salto para terras de França. Depois outros países os receberam. Hoje, nesses países, deixaram descendência. Os filhos que só vêm à terra dos seus pais porque eles os trazem até que um dia ficam por lá pois esta terra já não é a sua. Todos os anos os nossos emigrantes regressam e, a sua terra, a sua aldeia está pronta para os receberem. Neste mês de Agosto as festas são uma constante, assim, em todas as aldeias, ali no largo, perto da igreja, mesmo em frente ao clube tudo fica engalanado, a música puxa para dar um pé de dança e é vê-los bailar juntamente com o povo que ainda teima em manter se por cá, a música que o povo gosta, até altas horas da madrugada. A procissão sai, os anjinhos de braços abertos pedem aos céus que no próximo ano de novo volte a haver... Festa na Aldeia.

1 comentário:

Anónimo disse...

este ano sim valeu a pena passar as festas na vossa aldeia