quarta-feira

O azeite da Beira interior

Beira Interior tem 25 marcas de azeite

A falta de chuva na pré-colheita fez atrasar a apanha da azeitona cerca de uma semana, mas a qualidade está assegurada
A APANHA da azeitona vai arrancar este Outono, mais tarde do que é habitual, visto que o seu amadurecimento ainda não está concluído.
Uma coisa é certa, para a campanha de 2010/11 “prevê-se um ligeiro decréscimo de azeitona face à média dos últimos anos”. A garantia é do dirigente da Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI). João Pereira explica que, apesar das condições climatéricas terem sido favoráveis na maior parte do ano agrícola, “a ausência de chuva neste período de pré-colheita será o factor mais importante” para este “ligeiro decréscimo de produção”. A qualidade parece contudo não estar afectada por estas condicionantes. “É expectável um ano bastante interessante tendo em conta que não se verificaram pragas e doenças significativas, em virtude dos mesmos factores climatéricos”.
O azeite da Beira Interior ganha cada vez mais quota de mercado e reconhecimento da sua qualidade. A região fornece já 19 por cento da azeitona produzida a nível nacional e mais de cerca de 15 por cento da produção de azeite do país. A janela de todo o potencial e dinâmica do sector olivícola ficou evidente na recente Bienal do Azeite, certame que juntou grande parte dos produtores da região em Castelo Branco.
Neste momento, a região da Beira Interior agrupa 25 marcas de azeite. Algumas, destacam-se pela inovação. São os casos do “Azeite da Tojeira”, produzido por Luís Coutinho em Vila Velha de Ródão, dos primeiros do país a produzir e comercializar azeite biológico. A rede de lojas “gourmet” e charcutaria fina aderiram com satisfação ao projecto de produção de azeite segundo os métodos mais tradicionais.
Mas também podemos citar a marca “O Português”, produzido na Loca, um lagar situado no Fundão, que embala e comercializa azeite virgem extra com ouro. Tudo começou com uma experiência e agora as encomendas chegam de todo o Mundo. Também a Penazeites ocupa lugar de destaque na lista dos azeites da Beira Interior. Localizada em Penamacor, a empresa produz e comercializa as marcas “Pérola da Beira” e ainda o “Grão Mestre” para o Grupo Auchan (Jumbo), E.Leclerc ou El Corte Inglês e para os Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Brasil, França ou Cabo Verde. No ano passado, a Penazeites produziu mais de um milhão e meio de litros de azeite, entre os quais o azeite kosher, segundo os preceitos judaícos. A APABI confirma que nos últimos anos a olivicultura da Beira Interior ganhou um maior incremento, muito devido aos produtores que começaram a encarar o sector de outra forma. As ajudas ao olival entretanto criadas, ajudaram nessa aposta. “Nos últimos anos tem-se registado um ligeiro acréscimo da produção de azeitona mercê, quer da plantação de algumas áreas de novos olivais novos, quer de melhores índices de produtividade associados a melhores práticas agrícolas”, aponta João Pereira
Quanto à área de olival dos associados da APABI, esta representa cerca de 1.023,91 hectares, sendo que cerca de 452 hectares representam olival de regadio e 571 de olival de sequeiro. Existem ainda 150 hectares em PRODI (regime de apoio à qualidade).

Fonte Jornal do Fundão

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