sexta-feira

Morreu José Saramago

2010-06-18
E...aos 87 anos, a vida acabou. José Saramago, o escritor, o Nobel, o homem, o ser arrogante e provocador, mas o mesmo ser terno e com um coração repleto de compaixão pereceu hoje perante a morte.
Independentemente de se gostar de José Saramago, é unânime e universal a obra que nos deixa, o legado que fará sempre parte da História e da Língua Portuguesa.
A literatura e o País ficam hoje mais pobres. Curiosamente, nunca li nenhum livro deste querido autor, mas, os meus amigos, devoradores de boa literatura, sempre me aconselharam, José Saramago, como sempre, hoje rendo as minhas homenagens, a mais uma personagem, que nunca tive o prazer de  o ver ao vivo.
E, de Saramago, (todos sabem que Lobo Antunes é o meu «amo» da literatura) quero recordar os traços da bondade e da compaixão que ele também tinha dentro de si. Morreu apenas o corpo, a mente, a sapiência e o legado ficam connosco. Era esse o seu grande desejo! E nosso também.
O prémio Nobel da Literatura, José Saramago, faleceu aos 87 anos. O escritor, laureado com o Nobel em 1998, sofria de graves problemas respiratórios. "Caim" foi o último livro de Saramago a ser lançado.
Aos 87 anos, José Saramago faleceu vítima de cancro na sua casa em Lanzarote. A câmara ardente com os restos mortais de José Saramago será instalada às 17:00 de hoje, hora de Lisboa, na Biblioteca José Saramago na localidade de Tías, na ilha espanhola Lanzarote.

A informação foi confirmada aos muitos jornalistas que estão no exterior da casa de Saramago, nesta localidade, onde se deslocaram já, entre outros, o biógrafo do escritor, José Juan Cruz e o escritor Fernando Gómez Aguilera, director da Fundação César Manrique.
O site da Fundação José Saramago deu lugar a uma única página, com a mensagem:
"Hoje, sexta-feira, 18 de Junho, José Saramago faleceu às 12.30 horas na sua residência de Lanzarote, aos 87 anos de idade, em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila."




Nobel de Literatura 1998 sofreu uma grave pneumonia no final de 2007 e início de 2008, depois da qual ainda escreveu dois romances, "A viagem do Elefante" e "Caim". Saramago vivia desde 1993 na ilha de Lanzarote, no arquipélago espanhol das Canárias, com a sua esposa e tradutora, a espanhola Pilar del Río.
O escritor faleceu depois de passar uma noite tranquila, segundo a imprensa espanhola, que cita fontes familiares.
Segundo o site do El Mundo, o escritor padecia de "uma leucemia crónica". O jornal, que indica como fonte a família do escritor, diz que José Saramago "tinha passado uma noite tranquila. Depois de tomar o pequeno-almoço, normalmente, e de ter conversado com a mulher, começou a sentir-se mal e pouco depois faleceu".
Nos últimos anos, foi hospitalizado em várias ocasiões, principalmente devido a problemas respiratórios.












Biografia
José Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922, embora o registo oficial mencione o dia 18.
Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele ainda não tinha três anos de idade. Toda a sua vida tem decorrido na capital, embora até ao princípio da idade madura tivessem sido numerosas e às vezes prolongadas as suas estadas na aldeia natal.
Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldades económicas. No seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outras profissões, a saber: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista.
Publicou o seu primeiro livro, um romance ("Terra do Pecado"), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova".
Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do Jornal "Diário de Lisboa" onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do "Diário de Notícias". Desde 1976 vivia exclusivamente do seu trabalho literário.

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