O bom será comprar o livro, ou então pedir à autora o mesmo, autografado, claro que esse terá um valor incalculável após a sua morte que se espera que seja daqui a cem anos.
Claro que toda a ficção, tem um pouco de verdade e esta não foge à regra, mas, vamos tentar desvendar.
Começamos a ficar inquietos com a nova história do novo livro! que será o 4º. - para breve decerto -
Cá vai um cheirinho da linda história de amor, .....
Era Verão, tempo
de férias, de calor e de festas. Tempo de estar com os amigos e de aproveitar
os pequenos prazer que a vida oferece. A vila estava em festa. A Joana e o
marido estavam a passar férias na sua casa do Norte e como gostavam de se
divertir, foram ao baile. Ela queria dançar, mas o marido, que não era muito
dançarino e gostava mais de copos, não lhe apetecia. Então, ela deu uma volta
pelo recinto e encontrou o Carlos, um amigo de longa data, que também estava de
férias, numa quinta perto da vila. Dançaram, beberam uma imperial cada um e
depois juntaram-se ao marido dela, visto que eles os dois, também eram amigos.
No ano
seguinte, encontraram-se novamente, nas festas da vila. O marido da Joana
dirigiu-se ao Carlos e disse-lhe que depois das festas do ano anterior, tinha
havido um boato “passava-se alguma coisa
entre a Joana e o Carlos”.
- Mas, Carlos,
de facto não se passou nada…é uma estupidez, sem importância nenhuma. As
pessoas são muito maldosas, não podem ver duas pessoas a dançar! – disse ele,
como que a desculpá-las.
Não ligaram
muito ao assunto e continuaram a divertir-se. Mais tarde, a Joana quis ir
embora, mas o marido preferiu ficar a beber, em vez de acompanhá-la a casa. O
amigo, como era um cavalheiro e não podia deixar andar na rua, principalmente
de noite, uma mulher sozinha, ofereceu-se para a levar.
Estava uma
noite quente e agradável. Uma noite de Verão que convidava a passeios ao ar livre
e ao romance. No caminho, surgiu a conversa sobre o boato e foi motivo de riso,
entre os dois. Foram andando devagar, a conversar, mas depois ela começou a
ficar triste e a lamentar-se de que o marido não lhe dava a atenção que ela
queria. Ele estava muitas vezes fora e ela sentia-se muito só… assim, não eram
as férias que ela esperava, que ela tinha imaginado. O Carlos foi um amor,
tentou acalmá-la, consolá-la, deu-lhe carinho… deu-lhe toda a atenção que ela
precisava nesse momento. O caminho para casa, nesse dia, foi mais longo e mais
demorado que o habitual, mas foi uma viagem inesquecível! O marido só chegou a
casa de manhã e ela já estava deitada. Fingia que dormia, mas apenas estava a
pensar na aventura que teve, na viagem de regresso a casa.
No dia
seguinte, enquanto o marido ficou a dormir e a curar a ressaca, a Joana e o
Carlos foram para Viseu. Passearam pela cidade, visitaram a Sé e para estarem
mais tempo juntos, à noite ainda foram à Feira de S. Mateus. Assistiram a um
concerto, comeram farturas e andaram nos carrinhos de choque. Foi um dia
maravilhoso, mas depois desse dia, apenas continuaram a falar por telefone e mensagens
de SMS, como amigos.
Passados
alguns anos, surgiu outra vez o boato “a
Joana andava a trair o marido com o Carlos”. Viram o carro da Joana e outro
carro, parados numa praia fluvial e duas pessoas sentadas entre as árvores, à
beira do rio. Viram-nos de longe e de costas, mas afirmavam que era o Carlos e
a Joana e que os dois andavam juntos.
A praia
fluvial era a praia de Segões, uma praia muito bonita nesta época do ano. A
Joana sentia-se bem lá. Ela gostava de respirar o ar puro do campo, gostava de desfrutar
da imensa calma que se vivia neste recanto da natureza e de molhar as mãos na
água fria do rio. O café já estava fechado e os dois estavam sozinhos, não viam
mais ninguém por ali. Apenas as gaivotas, que aguardavam o dia seguinte, para
deliciarem as pessoas com belos passeios pelo rio, estavam nas margens do rio.
Eles andaram por lá a passear. Saltitaram pelas pedras até à outra margem, atravessaram
a ponte e sentaram-se na relva a observar o pôr-do-sol, era linda a paisagem!...
Desta vez, o
boato que envolvia o Carlos, não tinha razão de ser. Realmente, quem as pessoas
viram, era a Joana com outra pessoa, mas não era o Carlos. Ele, nesse Verão,
não foi à quinta, foi de férias para o Alentejo e levou o carro. A Joana está
apavorada com o que pode vir a acontecer à sua vida, se o boato chegar
novamente aos ouvidos do marido. As pessoas comentam e pedem segredo, mas o Carlos
já soube e está preocupado. Ele sente muita pena da amiga, mas não sabe como
ajudá-la.
- Tem calma,
tudo se vai resolver. Aconteça o que acontecer, vou ser sempre teu amigo, podes
contar sempre comigo. Só quero que encontres a felicidade que tanto procuras e
que sejas muito feliz! – telefonou-lhe ele a confortá-la.
- Obrigado
amigo, pelo teu apoio! Só me resta esperar que o meu marido, desta vez, não venha
a saber – exclamou ela.
Continua .... vamos esperar...
Dina Rodrigues
in
Colectânea “Beijos de Bicos – Histórias de Amor” (Pastelaria Studios, 2013)
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