quarta-feira

Iraque 10 anos antes


Faz hoje precisamente 10 anos que teve início a guerra no Iraque.

Que foi "desenhada" 4 dias antes na Cimeira nas Lajes (Açores).

Durão Barroso foi o anfitrião dos invasores.

George W. Bush (EUA), Tony Blair (Reino Unido) e José Maria Aznar (Espanha).

O argumento (do "cowboy"americano) para o conflito foi que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa.

Passada uma década, nunca foram encontradas.

O conflito resultou na morte de mais de 100 mil iraquianos e 5000 militares da coligação invasora.

Uma pergunta que nunca teve resposta:

O que levou Portugal, um país de pequena dimensão comparado com os que participaram na coligação, a entrar na guerra?

A história « Boato de verão »...













O bom será comprar o livro, ou então pedir à autora o mesmo, autografado, claro que esse terá um valor incalculável após a sua morte que se espera que seja daqui a cem anos.
Claro que toda a ficção, tem um pouco de verdade e esta não foge à regra, mas, vamos tentar desvendar.
Começamos a ficar inquietos com a nova história do novo livro!  que será o 4º. - para breve decerto - 
Cá vai um cheirinho da linda história de amor, .....


Era Verão, tempo de férias, de calor e de festas. Tempo de estar com os amigos e de aproveitar os pequenos prazer que a vida oferece. A vila estava em festa. A Joana e o marido estavam a passar férias na sua casa do Norte e como gostavam de se divertir, foram ao baile. Ela queria dançar, mas o marido, que não era muito dançarino e gostava mais de copos, não lhe apetecia. Então, ela deu uma volta pelo recinto e encontrou o Carlos, um amigo de longa data, que também estava de férias, numa quinta perto da vila. Dançaram, beberam uma imperial cada um e depois juntaram-se ao marido dela, visto que eles os dois, também eram amigos.
No ano seguinte, encontraram-se novamente, nas festas da vila. O marido da Joana dirigiu-se ao Carlos e disse-lhe que depois das festas do ano anterior, tinha havido um boato “passava-se alguma coisa entre a Joana e o Carlos”.
- Mas, Carlos, de facto não se passou nada…é uma estupidez, sem importância nenhuma. As pessoas são muito maldosas, não podem ver duas pessoas a dançar! – disse ele, como que a desculpá-las.
Não ligaram muito ao assunto e continuaram a divertir-se. Mais tarde, a Joana quis ir embora, mas o marido preferiu ficar a beber, em vez de acompanhá-la a casa. O amigo, como era um cavalheiro e não podia deixar andar na rua, principalmente de noite, uma mulher sozinha, ofereceu-se para a levar.
Estava uma noite quente e agradável. Uma noite de Verão que convidava a passeios ao ar livre e ao romance. No caminho, surgiu a conversa sobre o boato e foi motivo de riso, entre os dois. Foram andando devagar, a conversar, mas depois ela começou a ficar triste e a lamentar-se de que o marido não lhe dava a atenção que ela queria. Ele estava muitas vezes fora e ela sentia-se muito só… assim, não eram as férias que ela esperava, que ela tinha imaginado. O Carlos foi um amor, tentou acalmá-la, consolá-la, deu-lhe carinho… deu-lhe toda a atenção que ela precisava nesse momento. O caminho para casa, nesse dia, foi mais longo e mais demorado que o habitual, mas foi uma viagem inesquecível! O marido só chegou a casa de manhã e ela já estava deitada. Fingia que dormia, mas apenas estava a pensar na aventura que teve, na viagem de regresso a casa.
No dia seguinte, enquanto o marido ficou a dormir e a curar a ressaca, a Joana e o Carlos foram para Viseu. Passearam pela cidade, visitaram a Sé e para estarem mais tempo juntos, à noite ainda foram à Feira de S. Mateus. Assistiram a um concerto, comeram farturas e andaram nos carrinhos de choque. Foi um dia maravilhoso, mas depois desse dia, apenas continuaram a falar por telefone e mensagens de SMS, como amigos.
Passados alguns anos, surgiu outra vez o boato “a Joana andava a trair o marido com o Carlos”. Viram o carro da Joana e outro carro, parados numa praia fluvial e duas pessoas sentadas entre as árvores, à beira do rio. Viram-nos de longe e de costas, mas afirmavam que era o Carlos e a Joana e que os dois andavam juntos.
A praia fluvial era a praia de Segões, uma praia muito bonita nesta época do ano. A Joana sentia-se bem lá. Ela gostava de respirar o ar puro do campo, gostava de desfrutar da imensa calma que se vivia neste recanto da natureza e de molhar as mãos na água fria do rio. O café já estava fechado e os dois estavam sozinhos, não viam mais ninguém por ali. Apenas as gaivotas, que aguardavam o dia seguinte, para deliciarem as pessoas com belos passeios pelo rio, estavam nas margens do rio. Eles andaram por lá a passear. Saltitaram pelas pedras até à outra margem, atravessaram a ponte e sentaram-se na relva a observar o pôr-do-sol, era linda a paisagem!...
Desta vez, o boato que envolvia o Carlos, não tinha razão de ser. Realmente, quem as pessoas viram, era a Joana com outra pessoa, mas não era o Carlos. Ele, nesse Verão, não foi à quinta, foi de férias para o Alentejo e levou o carro. A Joana está apavorada com o que pode vir a acontecer à sua vida, se o boato chegar novamente aos ouvidos do marido. As pessoas comentam e pedem segredo, mas o Carlos já soube e está preocupado. Ele sente muita pena da amiga, mas não sabe como ajudá-la.
- Tem calma, tudo se vai resolver. Aconteça o que acontecer, vou ser sempre teu amigo, podes contar sempre comigo. Só quero que encontres a felicidade que tanto procuras e que sejas muito feliz! – telefonou-lhe ele a confortá-la.
- Obrigado amigo, pelo teu apoio! Só me resta esperar que o meu marido, desta vez, não venha a saber – exclamou ela.

Continua .... vamos esperar...

Dina Rodrigues
in Colectânea “Beijos de Bicos – Histórias de Amor” (Pastelaria Studios, 2013)


Boato de verão « DINA RODRIGUES»



No dia 23 de Fevereiro de 2013, na Fábrica Braço de Prata em Lisboa, foi o lançamento da Colectânea "Beijos de Bicos - Histórias de Amor", da editora Pastelaria Studios, com a participação do meu conto "Boato de verão".
Esta colectânea tem a participação de 68 autores e fotos de Helena Lagartinho.
A minha história é passada entre Viseu e o Alentejo. Uma história de amor e amizade... a amizade que está sempre presente, mesmo quando o amor falha.
O momento de apresentação da minha história "Boato de verão". Quem me conhece sabe que eu gosto muito de falar e que sou uma pessoa que gosta de conviver, mas eu gosto mais de falar entre amigos e para grupos restritos. Como a Teresa Queiroz disse, os autores nem sempre gostam de falar em público e eu estou incluida nesse grupo. A muito custo, lá tento disfarçar o nervosismo e falar o melhor possível. Um dia, eu penso chegar à frente de tantas pessoas e falar sem medo... um dia eu chego lá...
Dina Rodrigues
Olhando para estes beijos de bicos acreditamos que a felicidade está mesmo aqui, e não a encontramos. Quando a temos não a acreditamos, simplesmente deitamos fora, sacudindo as penas e inchando o peito.
Olhando assim parecem fáceis estes toques de bicos, parecem fáceis as vidas de amor.
Olhando assim nem pensamos no terror da solidão que nos espera, naquela ilha que elegemos para morrer sozinhos.
Teresa Maria Queiroz, in Colectânea "Beijos de Bicos"

terça-feira

D. Ilídio Leandro, bispo de Viseu, falou à “Gazeta de Sátão”


 


“A política é a arte nobre de fazer feliz
        quem tem mais dificuldades”


É a primeira entrevista que concede à “Gazeta de Sátão” desde que assumiu a liderança da Diocese, em Julho de 2006. D. Ilídio Leandro, cuja voz se tem feito ouvir em críticas desassombradas à actual governação do País — “os portugueses estão a ser enganados” e “a classe política revela amadorismo” são apenas dois exemplos —, diz-se “chocado” com “a indiferença para com quem não tem o mínimo para viver”, com as “injustiças” e as “desigualdades” e desafia os políticos a fazer uma “política que vá ao encontro dos que mais precisam”. O chefe da Igreja Católica viseense mostra-se preocupado com a “pouca atenção” que é dada às zonas rurais do distrito, fala da sua desertificação e do envelhecimento e solidão das pessoas, e sublinha o esforço que a sua Diocese está a fazer para responder às famílias mais carenciadas nesta altura de crise. D. Ilídio,  apela a todos os viseenses que construam a esperança através da “coerência e testemunho de vida”.


Entrevista de Vasco Rodrigues


GAZETA DE SÁTÃO — Seis anos e meio depois de ter sido ordenado bispo de Viseu, que balanço faz da sua acção?
D. ILÍDIO LEANDRO — O balanço é diversificado porque não trabalho sozinho. Como diz o lema que escolhi, este trabalho assenta na co-responsabilidade com todos os cristãos da diocese (“convosco”), na comunhão com Jesus Cristo, o Bom Pastor (“por Cristo”) e traduz-se na missão, aberta a todos, mesmo aos não cristãos e não crentes (“para todos”). Então, devo dizer que estou contente com o que tem sido possível fazer, na alegria e com o entusiasmo de uma Comunidade a viver e a proclamar a Fé em Jesus Cristo, na Igreja, mas insatisfeito, pois quero mais e melhor. Esta insatisfação gera o dinamismo para continuar a fazer mais, em comunhão com esta Igreja de Viseu que Deus me chama para amar e servir.
“Convosco, Por Cristo, Para Todos” foi o seu lema episcopal. Hoje ainda o mantém?
O lema é para toda a minha vida episcopal. Pelo que disse antes, é uma escola de dinamismos de vida e de acção.
Porque é que ficou “surpreendido e admirado” com a nomeação feita pelo Papa Bento XVI?
Não a esperava. Primeiro, estava a gostar muito da acção de D. António Marto. Depois, era pároco e sentia-me muito bem, como pároco, nesta diocese. Não contava que fosse chamado a estas responsabilidades.
Foi um padre sempre activo e comprometido com a Igreja no distrito, conhece bem a Diocese viseense. Apesar disso, em algum momento receou o “peso da herança” deixada pelo seu antecessor, um bispo tão carismático como foi D. António Marto?
Nunca receei a herança. Quero honrá-la, mas aceitar a diferença e acreditar no chamamento, correspondendo a ele. Cada pessoa que responde a Deus com tudo o que é e tem, faz a vontade de Deus. É Ele, depois, o dono e quem faz e transmite as heranças. Só procuro estar no fazer a vontade de Deus.

Vida… só no Verão

Tem feito visitas pastorais regulares às comunidades paroquiais da Diocese. Tem estado com as pessoas, como tanto gosta. Que realidade tem encontrado?
Encontro comunidades que sentem muito as dificuldades actuais — de interior, de famílias envelhecidas e de pessoas muito sós, de falta de empregos e de pouca atenção às zonas rurais, levando a que “a vida emigre” e só se sinta no Verão...
O acentuado envelhecimento das populações na maioria das aldeias, freguesias e vilas da área da Diocese e a forte desertificação preocupam-no?
A preocupação é grande por várias razões. As pessoas mais frágeis ficam muito sós e os valores dispersam-se muito. Começa a faltar “cultura de raízes” e as pessoas não são de lado nenhum.
A falta de sacerdotes é um dos problemas com que se debate a Diocese de Viseu. Como pensa/poderá resolvê-lo?
Não sou eu que resolvo a falta de sacerdotes.

Sombras negras

 

As sombras da rua.

2 de Março. Um país inteiro saiu à rua. Não importam os números. Não importa se foi a maior, nem sequer estou interessada em saber se foi mais expressiva que a de 15 de Setembro.

A manifestação popular, ordeira, silenciosa à vezes, cantando a Grândola de Abril noutros momentos, e que se viu no sábado passado tem de ter reacção. Reacção de um Governo que não pode ignorar a rua, não pode fingir que não sabe, que não pode mais fechar os olhos ao desemprego, às dificuldades de milhares de lares e à agonia de um país que aguenta como pode.

Sabemos que precisamos limpar a podridão que outros, antes destes, fizeram. É preciso ter noção que não temos dinheiro para pagar salários nem pensões se não cortarmos em despesas que são também elas o Estado social.

Contudo, não podemos aceitar tudo.

Porra que até aborrece....



No momento em que os homens da Troika por cá andam, a cumprir a sétima avaliação do programa de ajustamento financeiro, Pedro Passos Coelho continua «cego» e sem ninguém que o ajude a comunicar minimizando os impactos da governação. Ao mesmo tempo que garante que Portugal «não quer mais tempo nem mais dinheiro», o Primeiro-Ministro admite nova revisão das metas do défice. Todos os economistas sabem que não há reajustamento económico apenas com austeridade. Sem um plano de crescimento e competitividade económica e medidas severas de combate ao desemprego, bem, sabemos que será em vão cumprir todos os pontos do famigerado Memorando. Assim, caro Pedro, assim, não vamos lá. Já não há revisões em baixa da execução orçamental que aguentem. Nem nós, claro!