Santana Lopes, com a mesma frontalidade de sempre, Inteligente direto e frontal,
um politico incompreendido
A medida que falta em Portugal é um estímulo enorme à melhoria da produtividade.Continua a faltar essa visão da economia portuguesa. É preciso vê-la mais do lado da criação de riqueza. Ir buscar mais receita melhorando o trabalho, em vez de manter o nível de trabalho e retirar remuneração.
Estou inteiramente convencido de que os portugueses não se importam de trabalhar mais desde que não lhes seja retirado rendimento. Tenho dado, repetidamente, o exemplo da Auto Europa, que tem conseguido atingir os objectivos nesse domínio em ambiente de paz social.
Esta é das tais verdades elementares que demoram a ser assumidas. É tão verdade dizer que a nossa produtividade é muito fraca como assumir que o endividamento da nossa economia era excessivo, antes de isso ser reconhecido como um enorme problema.
Aumentar e melhorar a produtividade permite fazer crescer a nossa competitividade, objectivo cimeiro que não se alcança apenas com as reduções salariais.
Há quem só dê pelos problemas depois de eles serem detectáveis ’à vista desarmada’. A famigerada questão das portagens nas SCUT foi outro exemplo. Fui o primeiro a dizer que não tínhamos dinheiro para as PPP rodoviárias e para auto-estradas sem portagens. Estou convencido de que esse foi o ‘episódio’ principal dos referidos por Jorge Sampaio quando dissolveu o Parlamento.
Para novos resultados surgirem, são necessárias novas ideias. Reconheço que este Governo tenta novas receitas, nomeadamente com a redução da TSU. Por muito grande que seja a carga de injustiça com que surge, o Governo defende-a com convicção. Tudo o que sejam medidas novas podem sempre parecer experimentalismo. Mas o que será insistir sempre nas mesmas receitas estafadas? O que será melhor: experimentalismo ou imobilismo?
PS contra o Orçamento
Ainda na semana passada escrevi, neste espaço, que considerava muito importante o Partido Socialista não votar contra o próximo Orçamento do Estado. Mas numa semana tudo se tornou muito mais dificil. Em minha opinião, só o Presidente da República está em condições de ainda conseguir ser ouvido num apelo nesse sentido.
Mas mesmo ele dificilmento terá êxito. Recorde-se, porém, que António José Seguro reagiu às medidas de austeridade solicitando uma audiência, com carácter de urgência, ao chefe do Estado. Ora, ao fazê-lo, sabe que está a dar essa margem de manobra ao Presidente. Fez bem! Como fez bem em nunca ter dito, de forma expressa, que defende o voto contra. Disse frases equivalentes, mas não disse essa. A responsabilidade de um líder da oposição é muito grande. Por isso, não pode, não deve e não quis dizer aquilo que vários e conhecidos ‘camaradas’ seus disseram.
Um líder de oposição, em democracia, tem quase tantas responsabilidades quanto um primeiro-ministro. Tem-nas interna e externamente. Contudo, ninguém questiona que, com estas medidas do Governo, será quase impossível o PS não votar contra.
A 5.ª avaliação da troika
Portugal passsou em mais esta avaliação da troika. Mas conhecemos já algumas consequências/condições muito importantes. Em todas elas ressalta a intransigência dos nossos financiadores quanto às linhas de orientação ou à ideologia inspiradora.
O único sinal de compreensão e sensibilidade da troika, a que apelei na passada semana, foi a flexibilização do calendário nos objetivos do défice orçamental.
A troika demonstrou compreender e avaliar devidamente a força dos ventos contrários que sopram externamente e que a nossa economia tem de enfrentar. No que até agora se conhece, ressalta a ideia de que houve mais dureza com Portugal do que tem havido, pelo menos, com a Espanha e com a Itália. São casos, obviamente, diferentes e de dimensão muito distinta. Mas tem-se de algum modo essa sensação.
Tem existido notório apreço pela determinação de Portugal em respeitar os seus compromissos. Só que os resultados da execução orçamental, conhecidos mesmo em cima da hora desta quinta avaliação, não ajudaram nada. Mais: deram margem de manobra à troika para insistir com as mexidas na TSU que o Governo tinha conseguido evitar no início do mandato. O apreço não chegou para anular os efeitos da baixa de receitas.
Já não foi mau conseguir-se esta flexibilização de calendário e que a meta para 2013 seja 4,5%. Também, se assim não fosse, seria falta de sensibilidade. E falta de inteligência.
Fonte sol
Estou inteiramente convencido de que os portugueses não se importam de trabalhar mais desde que não lhes seja retirado rendimento. Tenho dado, repetidamente, o exemplo da Auto Europa, que tem conseguido atingir os objectivos nesse domínio em ambiente de paz social.
Esta é das tais verdades elementares que demoram a ser assumidas. É tão verdade dizer que a nossa produtividade é muito fraca como assumir que o endividamento da nossa economia era excessivo, antes de isso ser reconhecido como um enorme problema.
Aumentar e melhorar a produtividade permite fazer crescer a nossa competitividade, objectivo cimeiro que não se alcança apenas com as reduções salariais.
Há quem só dê pelos problemas depois de eles serem detectáveis ’à vista desarmada’. A famigerada questão das portagens nas SCUT foi outro exemplo. Fui o primeiro a dizer que não tínhamos dinheiro para as PPP rodoviárias e para auto-estradas sem portagens. Estou convencido de que esse foi o ‘episódio’ principal dos referidos por Jorge Sampaio quando dissolveu o Parlamento.
Para novos resultados surgirem, são necessárias novas ideias. Reconheço que este Governo tenta novas receitas, nomeadamente com a redução da TSU. Por muito grande que seja a carga de injustiça com que surge, o Governo defende-a com convicção. Tudo o que sejam medidas novas podem sempre parecer experimentalismo. Mas o que será insistir sempre nas mesmas receitas estafadas? O que será melhor: experimentalismo ou imobilismo?
PS contra o Orçamento
Ainda na semana passada escrevi, neste espaço, que considerava muito importante o Partido Socialista não votar contra o próximo Orçamento do Estado. Mas numa semana tudo se tornou muito mais dificil. Em minha opinião, só o Presidente da República está em condições de ainda conseguir ser ouvido num apelo nesse sentido.
Mas mesmo ele dificilmento terá êxito. Recorde-se, porém, que António José Seguro reagiu às medidas de austeridade solicitando uma audiência, com carácter de urgência, ao chefe do Estado. Ora, ao fazê-lo, sabe que está a dar essa margem de manobra ao Presidente. Fez bem! Como fez bem em nunca ter dito, de forma expressa, que defende o voto contra. Disse frases equivalentes, mas não disse essa. A responsabilidade de um líder da oposição é muito grande. Por isso, não pode, não deve e não quis dizer aquilo que vários e conhecidos ‘camaradas’ seus disseram.
Um líder de oposição, em democracia, tem quase tantas responsabilidades quanto um primeiro-ministro. Tem-nas interna e externamente. Contudo, ninguém questiona que, com estas medidas do Governo, será quase impossível o PS não votar contra.
A 5.ª avaliação da troika
Portugal passsou em mais esta avaliação da troika. Mas conhecemos já algumas consequências/condições muito importantes. Em todas elas ressalta a intransigência dos nossos financiadores quanto às linhas de orientação ou à ideologia inspiradora.
O único sinal de compreensão e sensibilidade da troika, a que apelei na passada semana, foi a flexibilização do calendário nos objetivos do défice orçamental.
A troika demonstrou compreender e avaliar devidamente a força dos ventos contrários que sopram externamente e que a nossa economia tem de enfrentar. No que até agora se conhece, ressalta a ideia de que houve mais dureza com Portugal do que tem havido, pelo menos, com a Espanha e com a Itália. São casos, obviamente, diferentes e de dimensão muito distinta. Mas tem-se de algum modo essa sensação.
Tem existido notório apreço pela determinação de Portugal em respeitar os seus compromissos. Só que os resultados da execução orçamental, conhecidos mesmo em cima da hora desta quinta avaliação, não ajudaram nada. Mais: deram margem de manobra à troika para insistir com as mexidas na TSU que o Governo tinha conseguido evitar no início do mandato. O apreço não chegou para anular os efeitos da baixa de receitas.
Já não foi mau conseguir-se esta flexibilização de calendário e que a meta para 2013 seja 4,5%. Também, se assim não fosse, seria falta de sensibilidade. E falta de inteligência.
Fonte sol
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