quarta-feira

A ALDEIA DOS MEUS ENCANTOS


Todos nós temos no coração a nossa terra querida que, por razões diversas e em determinados momentos das nossas vidas, nos deixa simplesmente a sonhar! Na minha Aldeia, ao longo da vida, é – nos possível conhecer a terra dos sonhos de cada um de nós. Chorámos, rimos, cantámos, trabalhámos, enfim existe uma profunda porção de vivências, memórias, pensamentos, frustrações, alegrias, tristezas …Tudo à volta daquela aldeia que nos marcou no passado e nos tornou no que somos hoje. Aquela aldeia que nos viu nascer, crescer, aprender, trabalhar, enfim viver! Até ao dia em que a vida nos obrigou a fazer escolhas duras, mas necessárias, para seguir aqueles sonhos de criança. Pesando na balança o que será mais duro, a busca por uma vida melhor, pareceu a decisão mais acertada. A vida, por vezes obriga-nos a fazer aquilo que mais dói. Mostra-nos que, por vezes, é preciso mudar, voar alto, bem longe para outro lugar, onde moram promessas, onde moram os sonhos de menino, longe da pacatez do silêncio, mas, de uma cidade grande e confusa.

Pensamentos da nossa aldeia que guardamos no coração, que nunca deixou de ser a mesma, no dia em que decidimos partir, para mais tarde voltar. Nesse dia, ela ficou certamente mais pobre, a nossa presença, o nosso calor humano, fizeram falta à nossa gente, à nossa aldeia e quanto mais o tempo passa, mais cresce a saudade e a vontade de voltar atrás reviver outra vez, aqueles momentos simples, inocentes e mágicos. Dessa aldeia e desses tempos de outrora, nada resta, senão memórias de um tempo que teima em não apagar o que nos vai na alma e que não volta mais.
Mas, o que mais queremos, é devolver as memórias da terra e da vida, às gerações que as viveram; às novas gerações o sentido da herança recebida e das suas raízes.

Vasco Rodrigues: in Gazeta de Sátão

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