terça-feira
Nostalgia da minha Aldeia
A nossa Aldeia, encantaria qualquer visitante pelo seu charme rural e pela sua vegetação visto estar rodeada por serras. Esta localização era favorável à agricultura porque existiam muitas nascentes de água vindas da serra que eram úteis para a rega dos campos assim como para as mulheres puderem lavar a roupa nos tanques. No verão sabia bem ir nadar nos tanques ou refrescar-se nas ribeiras das nascentes mas no inverno, vinha o frio da serra e a geada. Outrora, era uma zona bastante povoada com habitantes humildes, genuínos e trabalhadores. As mulheres tratavam da lida da casa, das crianças e ainda ajudavam no trabalho do campo enquanto os homens passavam o santo dia em trabalhos mais físicos e mais pesados tais como as obras, os pinheiros e a recolha da sua resina e na agricultura. A maior parte das aldeias tinham uma taberna nos quais os homens gostavam de se reunirem ao fim do dia e descansarem de volta de um bom copo de vinho.
Os anos foram passando e as pessoas foram sonhando por um futuro melhor e a pouco e pouco as aldeias foram-se desertificando. A maior parte partiu para o estrangeiro principalmente para França, Brasil, Suíça e Alemanha. Apesar de terem deixado a sua terra natal, os imigrantes tentam preservar as tradições portuguesas nos países em que se inseriram através das várias associações que foram criando e de iniciativas tais como os ranchos folclóricos, os bailes portugueses, os clubes de futebol, os jornais e a rádio que foram desenvolvendo. Além de ser uma forma de estes sentirem menos saudades do país e de o país acolhedor perceber as diferenças culturais e o desafio que esta comunidade enfrentava para se integrar numa sociedade com outros costumes, também era uma forma de todos os portugueses imigrantes se conhecerem e se sentirem menos sós nesta luta pela integração.
Escrito por José Manuel Rodrigues Almeida ( Nelo)
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