Álvaro Santos Pereira decidiu enfrentar ontem uma multidão enfurecida na Covilhã, gente que sente na pele, como ninguém, as marcas de uma crise profunda e verdadeiramente vil. O ministro podia ter virado costas. O homem que é acusado de tudo e de nada – como quase todos os seus colegas de Governo – achou que as pessoas mereciam ser escutadas. O emigrante que podia continuar no Canadá a ganhar três vezes mais, sem chatices, sem humilhações, decidiu sair do carro e tentar falar com aquele grupo de portugueses com legitimidade para protestar. E voltou a ser humilhado. Porque para muitos aquela imagem, de crucificação, é um verdadeiro gozo nacional. É pena que continuemos neste país a ter uma pobreza de espírito incrível.
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