sexta-feira

Ditados Populares

Fazem parte da minha memória desde criança, os provérbios, ditados ou rifões populares. Cada um deles, na sua simplicidade, carrega importantes ensinamentos adquiridos por gerações com base na experiência de um quotidiano quase sempre ligado à vida do campo. Um provérbio dito no contexto certo diz mais que muitos considerandos. Vou deixar por aqui, às prestações, alguns muito característicos da minha terra. Naturalmente, alguns serão também comuns a outras regiões, com maior ou menor aproximação, quer na construção quer no significado, que, creio, será perceptível à maioria dos meus leitores. - Um burro carregado de livros é doutor. - A pensar morreu um burro. - Porque um burro dá um coice, não se lhe há-de cortar a perna. - Quem não pode aluga um burro. - Uma sardinha ao longe carrega um burro. - Abundante a chuva, gorda a uva. - Alegrai-vos tripas, que aí vai vinho! - Antes ser martelo que bigorna. - A lã nunca pesou ao carneiro. - A fome é sombra da miséria. - Barriga vazia nem força nem ideia. - Barriga vazia não padece de azia. - Bem se canta na Sé, mas é quem é. - Bem fala o são ao doente. - Bem fala Frei Tomás. Olhai p´ró que ele diz e não p´ró que faz. - Com cunhas é que se racham pedras. - Deus é bom e o diabo não é mau. - Depois que foge o coelho todos dão bom conselho. - Deus dá o pão mas não amassa a farinha. - Devagar que tenho pressa. - Duas mós ásperas não fazem farinha. - Enquanto o pau vai e vem folgam as costas. - Falai no Mendes, à porta o tendes. - Gente nova e burros velhos botam o mundo a perder. - Macaco velho não põe pé em galho seco. - Graças a Deus muitas, graças com Deus, poucas. - Grilo cantador sinal de calor. - Mulheres, mulas e muletas, tudo se escreve com as mesmas letras. - Nem sempre galinha e nem sempre sardinha. - Melro que pia o poiso denuncia. - Nunca faltou casa ao vivo e cova ao morto. - O sino chama para a missa mas não vai a ela. - O que é doce nunca amargou. - Pai galego, filho fidalgo, neto ladrão. - Pelo sim pelo não, levar o chapéu na mão. - Por falta de um alho não se há-de perder o molho. - Onde vires o corpo bota carga. - Quem engorda os bois são os olhos do dono. - Quando a raposa anda aos grilos, mal da mãe pior dos filhos. - Quem cabritos vende e cabras não tem, dalgures lhe vem. - O que tem telha é telhado e quem tem telha é telhudo. - Vaca magra dá leite de cabra.

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