Todos os anos, dia 15 de Agosto, realiza-se "a Festa em honra de nossa Senhora dos Altares", festa anual da nossa terra, que atrai muitos emigrantes. Os andores na procissão, percorrem as ruas da aldeia, desta, já sem os foguetes doutrora a estoirar no céu.
É uma festa milenar, toda a gente veste um fato novo ou estreia uma roupa bonita, mostra-la na missa, é o ponto alto .
Festa é festa, é o almoço mais longo do ano, o melhor mais saboroso, com arroz doce, e outras iguarias, onde se bebe o melhor que temos em casa, onde se recordam coisa do antigamente, para os mais novos.
Depois do almoço bem regalado, reunião de amigos junto ao adro da capela, vamos dar inicio ao grandioso baile da Senhora dos Altares.
Bailamos noite dentro, cumprindo a tradição.
Aí os emigrantes desfrutam dos bons velhos tempos, antes de partirem da sua Terra Natal , de volta aos países onde trabalham.
Nesta altura do ano, o Vale da Ribeira enche-se de festas e romarias, que têm como objectivo acolher os emigrantes. O religioso e o pagão fundem-se num espaço em que se celebra a missa em devoção ao santo da terra e se ouve música popular.
O rancho ou os cantares ao desafio marcam presença deixando permanecer a tradição.As mulheres (doceiras) que vendiam doces da romaria e tremoços apregoavam os produtos, coisa que já não acontece, a tradição já não é o que era. Os emigrantes cruzam-se com familiares e amigos que já não vêem desde o ano passado, enquanto dançam ao ritmo da musica portuguesa e dos sons populares. “Adoro vir a Portugal e às festas. Lá não têm nada disto. É tão bom ouvir falar a nossa língua e ver a nossa cultura”, relembram eles.
As comunidades emigrantes também tentam preservar as tradições portuguesas nos países em que se inserem. De destacar os ranchos folclóricos, os jornais e rádios.
Adoram ler o jornal da minha terra porque é uma forma de me manter informada e de ter uma certa ligação, mesmo estando longe”,
O período estival é ainda marcado pela realização dos casamentos de luso-descendentes. Os emigrantes aproveitam as férias e o regresso ao país de origem para casar. Contrariando a tendência que se vem fazendo sentir nos últimos tempos, os emigrantes ainda valorizam muito a tradição do casamento religioso.